Reforma de 1994

Reforma de 1994

Apoio à transição para o mundo do trabalho – Itinerários formativos voltados ao mundo do trabalho

A reforma de 1994 no sistema Educacional da Noruega integrou o itinerário profissionalizante ao itinerário acadêmico, oferecendo aos estudantes noruegueses que haviam escolhido o itinerário profissionalizante um caminho para a faculdade através de um semestre suplementar de cursos acadêmicos. De maneira complementar, buscou o aprimoramento da via vocacional por meio da ampliação do acesso a oportunidade de aprendizagem profissional concomitante ao ensino.

Resumo da implementação

Após completarem 10 anos de escolaridade obrigatória aos 16 anos, os estudantes noruegueses ingressam no ensino médio (ensino secundário superior). Embora o ensino médio não seja obrigatório, quase todos se matriculam. A grande maioria das escolas secundárias são públicas e administradas por órgãos locais. A reforma foi motivada pela percepção de que o sistema norueguês possuía altas taxas de abandono e evasão escolar, e baixas taxas de conclusão do ensino médio dentro do prazo.

Além disso, o sistema de educação profissional induzia a uma especialização muito precoce. Os alunos precisavam escolher entre centenas de itinerários vocacionais possíveis logo no 1° ano do ensino médio. Havia pouca conexão entre o que era aprendido na escola e as demandas da indústria, e poucas oportunidades de aprendizagem de qualidade. O itinerário profissionalizante praticamente fechava as portas para a universidade, pois era necessário refazer todo o ensino médio no itinerário acadêmico para poder se habilitar à universidade.

A reforma diminui o número de cursos possíveis no 1° ano do ensino médio para apenas 10, e as possibilidades de especialização foram adiadas para o 2° ano. A rigidez do sistema também foi quebrada, integrando os itinerários acadêmico e profissionalizante. Estudantes do itinerário profissionalizante agora tinham uma base comum aos do itinerário acadêmico, que os permitia acumular créditos que podem ser utilizados para o ingresso na universidade.

A migração para o itinerário acadêmico também foi facilitada, bastando cursar mais um semestre de disciplinas acadêmicas para também obter o diploma acadêmico. A reforma também aumentou as oportunidades de aprendizagem em empresas, concomitante aos estudos, ao subsidiar salários de aprendizes e ao estabelecer parcerias com empresas e sindicatos. A implementação da reforma se deu de forma rápida: Todos os alunos nascidos a partir do dia 1° de janeiro de 1978 estavam automaticamente sujeitos à nova configuração do ensino médio norueguês.

Outras informações

Ano

1994

Fonte de financiamento

Orçamento público.

Implementador

Ministério de Educação e Pesquisa da Noruega.

Estudos prévios

BERTRAND, M; MOGSTAD, M; MOUNTJOY, J. Improving Educational Pathways to Social Mobility: Evidence from Norway’s “Reform 94”. NBER Working Paper No. 2567. 2019. https://t.ly/2Jfb.

Metodologia dos estudos prévios

RDD (Regression Discontinuity — Descontinuidade de Regressão).
DID (Differences in Differences — Diferenças em Diferenças).

Tamanho total da amostra

339.793 alunos.

Localidade

Noruega

Links e outras fontes

Ministério da Educação e da Pesquisa. Noruega:
https://www.regjeringen.no/en/dep/kd/id586/.

Custo de implementação

Em 2017 o orçamento era de USD 10 milhões anuais.

Efeitos

Aumento de 20 por cento na escolha pela via vocacional. Aumento na conclusão de ensino técnico em 4 por cento. Redução de 18 por cento na taxa de evasão entre mulheres desfavorecidas (5,6 pontos percentuais a partir de uma média de 30 pontos percentuais).

Aumento de salário e diminuição na criminalidade para homens, especialmente nos grupos de menor nível socioeconômico.

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